Entrevista com a escritora Iza Maria autora do livro “Quando dois Olhares se Cruzam”

Iza Maria, escritora, conta sua trajetória de vida e o prazer de escrever. Na entrevista para o Blog Dinâmico fala do amor pela leitura e a inspiração que originou o livro  “Quando dois Olhares se Cruzam” , livro lançado em Cabo Frio, e hoje encontra-se a venda na Feira do Livro que acontece na cidade.

1 – Qual foi a inspiração para escrever “Quando dois Olhares se Cruzam”?

Na minha adolescência, li muito. E nessa época a literatura era diferente. Os romances eram mais misteriosos, mais românticos, mais difíceis de acontecer, mais apaixonantes, para mim. Logicamente sofri uma influência muito grande de uma escritora chamada E.M.Hull, autora de romances vividos, no deserto do Saara; o mais famoso deles, O Sheik, que se tornou um filme. Porém o livro que mais gosto dela é O Feiticeiro do Deserto. História cheia de amor... Fantástica. Mas, não somente deles eu me alimentei, havia outros, muitas outras histórias de amor. Também li muitos livros de aventura como Julio Verne, por exemplo. Livros escolares, que todos nós sabemos... Ainda hoje se leem os mesmos livros... Ler me ajudou a escrever, a desenvolver, a ter vocabulário; porém a inspiração vinha do fundo da minha alma, daquilo que eu mais admirava, que era esse amor profundo entre um homem e uma mulher. Isso me inspirou a criar essa história cujo título diz e dirá tudo até o fim... Por que o deserto? Nunca fui lá, mas a imaginação sim. Imaginar é tudo o que eu preciso para penetrar nesses mistérios e criar personagens fortes, intrépidos, de vida nada fácil, mas que lutam por ela, para sobreviver. O deserto tem lá seu fascínio e seu desafio e o desafio principal é: sobreviver. Se você pega um ambiente assim e coloca seres humanos e com eles cria uma história de amor, daí, só lendo para sentir... Outra coisa interessante, comentada por muitos que leram, é que não o situo em anos, épocas... Você só vai saber a época aproximada, pelas coisas que vão aparecendo como: carro (tipo); telefonista (para completar ligações internacionais); estradas de mão dupla, que hoje já são mão única (foram duplicadas); por aí afora... Fiz muita pesquisa também. No início em bibliotecas e copiava tudo a mão, hoje, na internet, que muito me ajudou a complementar a história.

2 – Este é o seu primeiro romance publicado?

Ele é o meu primeiro romance e o primeiro a ser publicado, mas depois de muitos anos, no próprio livro eu digo que a história tem 35 anos; hoje tem mais um pouco. Ele foi lançado em 21 de janeiro de 2012, no Charitas, pela editora Livre Expressão.

3 –Quanto tempo se dedicou à produção do livro, em todas as suas fases?

Ele não demorou muito a ficar pronto porque eu sabia o princípio, o meio e o fim. Não escrevi algo que não sabia como terminaria. Sempre soube. O que acontece é que ao longo dos anos e foram anos, eu fui aprimorando, mexendo em alguns diálogos, procurando enriquecer mais, cada um; mas nunca alterei a história e os personagens e seus destinos. Quase que foi escrito de uma vez só, não houve fases, dúvidas; só que como dá trabalho, cansa, muitas vezes; há interrupções, mas sem perder o cerne da história o que eu desejava que acontecesse. Escrevi, na verdade, apaixonadamente, pois sempre digo que essa história é, para mim, maravilhosa. Então escrevi com imenso prazer, nada comercial. Isso é importante. Nunca estive premida pelo tempo, somente aproveitei cada momento que o escrevia... Ele passou por cadernos, pois o escrevi, primeiramente a mão. Depois ele foi para máquina de escrever e por fim, para o computador.

4 – Como você vê o mercado literário brasileiro?

Difícil para escritores desconhecidos. Não há interesse do mercado nesse tipo de escritor. Muito raro isso acontecer... Também a edição é cara e nem sempre estamos em condições de lançar um livro. O que acontece é que as livrarias pegam o seu livro e o escondem; então tem que ser um “caçador” de livros, fazer mesmo um garimpo para ver o que há de novo no mercado e ver se interessa. A capa do livro é bonita, mas muitas vezes fica escondida... As grandes livrarias ocupam seu espaço com livros consagrados, bons ou não, e as vitrines, se você reparar, se tornam todas muito parecidas, ou seja, vendendo os mesmos livros. Outra coisa difícil é que muitas vezes por só se poder fazer poucos números, um exemplar pode ficar caro para o leitor. Por exemplo, o meu livro é vendido no mercado a um preço de 55,00, tem 717 páginas. Mas, para o mercado, no meu ponto de vista, é caro, já que você tem livros que custam 25, 30 reais. Mas também já comprei livro de 60. Uma coisa é certa, dificilmente você conseguirá cobrir o que gastou para editá-lo. No meu caso, fiz por prazer e para partilhar.

5 – Já pensa em escrever o próximo livro?

Na verdade já tenho escritos mais quatro livros, o último estou acabando agora, naquele sistema de rever, arrumar, pois já está pronto. Contando com esse romance lançado, existem mais dois que falam do deserto e tem ligação com ele. E mais dois com outros contextos. Ao todo seriam cinco livros, todos romances. Meu prazer é escrever. Uma verdadeira terapia. Um presente de Deus.

6 – Faça um breve descritivo de seu currículo.

O meu currículo... Sou formada professora primária, tendo feito o Normal na Escola Dom Bosco, em Resende-RJ. Como me casei cedo e fui morar longe e vivia me mudando, não consegui fazer uma faculdade e nem dar aula, pois que meu marido muitas vezes ficava um ano, dois anos, num lugar. Muitas e muitas vezes, morei em cidades pequenas. Tive muita vivência de comunidades diferentes e dessas lindas experiências que tive, surgiu um dos romances. É o que tenho para falar de mim e do meu livro.

Gostaria de agradecer a oportunidade e oferecer esse livro a todos àqueles que acreditam num amor verdadeiro, sem fronteiras, onde o casal é feliz porque se admira, se respeita e se ama. Agora, uma coisa é certa, tem que haver muita química, uma atração muito forte para que haja essa aproximação que possa levar a uma vida plena e realizada; uma vida de amor, amizade e digo isso: admiração. Espero que leiam e se entretenham. É muito bom ler. O livro é um grande companheiro. E cada um tem o seu estilo, seu gosto. Isso é bom. Hoje ele está na Feira de Livros que está acontecendo na Praça Porto Rocha, em nossa cidade de Cabo Frio, no Stand da Biblioteca Municipal. Muito bom. Lá o preço está bem mais acessível.